Vegetação nas cidades pode contribuir mais para a redução da poluição do que se pensava
De acordo com um recente estudo, a criação de muros verdes em zonas urbanas pode reduzir o nível de poluentes como o dióxido de azoto e as partículas, em 40 e 60% respetivamente.
Uma equipa de cientistas do Reino Unido recomendou a plantação de mais árvores ou outra vegetação nas ruas das cidades para melhorar a qualidade do ar.
Para além do seu papel fundamental de produção de oxigénio, as plantas também removem o dióxido de azoto e partículas do ar, prejudiciais à saúde humana.
Os centros das cidades estão normalmente sujeitos a níveis bastante elevados de poluição. O grande tráfego das cidades associado a ruas estreitas rodeadas por prédios altos conduz a acumulação de poluentes no ar.
Normalmente as iniciativas para reduzir a poluição do ar nas cidades incidem sobre a principal fonte de poluentes, os veículos automóveis. O coautor do estudo Rob MacKenzie, da Universidade de Birmingham deu como exemplo o abate de veículos antigos, a utilização de catalisadores e as taxas de trânsito”. Contudo, segundo MacKenzie, “estas medidas não tiveram o efeito desejado.”
“A implementação de mais [paredes verdes] de forma estratégica pode ser uma forma relativamente fácil de controlar os problemas locais de poluição”, acrescenta. As paredes verdes podem ser construídas por plantas trepadeiras como a hera, colocadas em estruturas semelhantes a placares publicitários.
Para realizar este estudo, a equipa utilizou um modelo de computador que relaciona a retenção de ar nas ruas das cidades, devido à presença de prédios altos, com a acumulação da poluição ao nível da rua.
Estudos anteriores mostraram que tornar os espaços urbanos mais verdes reduziria 5% a poluição do ar. Este estudo sugere que a colocação estratégica de vegetação nas ruas pode reduzir o dióxido de azoto em 40% e as partículas em 60%.
Os resultados deste estudo foram publicados na revista Environmental Science and Technology. Poderá aceder ao resumo do artigo aqui.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Fonte: BBC
(Isabel Palma (20-07-2012), sapo.pt)